quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Show must go on

Hoje de manhã cheguei na escola e fui recebida na porta pelo gerente administrativo. Com um super sorriso ele disse: "Congratulations!" Pensei que ele soubesse do Jabuti e disse que ainda não estava acreditando. Depois entendi: meu escore na escola foi o segundo melhor. [Houve uma recontagem e fui para a segunda posição.] Interessante, fiquei em segundo lugar no Jabuti e em segundo na avaliação. Mesmo assim, para mim tudo é conquista e é motivo de festa.
O pessoal continua achando que sou famosa no Brasil (e rica). Continuo dizendo que ainda não sou famosa. Mas que serei! Eles respondem que sou a pessoa mais famosa que já chegou perto deles. Os colegas da Arábia Saudita perguntaram se vou publicar livros em árabe. Os coreanos também. Tiram fotos comigo pra mostrar na terra deles que conheceram uma escritora famosa. São hilários!
Ontem tivemos de fazer uma apresentação e contei uma história, em inglês. Escolhi uma curta, do folclore árabe, resumi, decorei e contei. A turma ouviu, paralizada. Gente, não importa a nacionalidade, TODO MUNDO gosta de ouvir histórias. Quando terminei, a professora disse que cometi muitos erros na fala, mas que envolvi de tal forma a audiência que até ela esqueceu os erros!
Hoje à tarde, tivemos aula de dança do Zimbábue. Surreal! Atendendo a pedidos, dancei uma coreografia de tribal (fiquei até emocionada). A turma gostou tanto que tive de ensinar os passos básicos, inclusive para os árabes. Eles dançam melhor que eu! Mexem os ombros e os quadris de um jeito que só vendo, e não têm vergonha alguma. Não tem essa de que homem não rebola. Eles rebolam, sim, e muito bem por sinal. Khaled me mostrou um "samba árabe" (coisa de louco, e lembra um pouco aquela dancinha da finada novela Caminho das Índias). Semana que vem dançaremos todos juntos de novo. LILILILILILILILILILILILILILILI*

* Esse é o grito que as pessoas dão para as dançarinas do ventre quando aprovam o espetáculo.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

OLHA O JABUTI AÍ, GEEEEENTE!

Para os pessimistas, ficamos "apenas" em segundo lugar, empatados com outro livro. Vocês podem, inclusive, perguntar se teremos de dividir a estatueta ao meio e ainda dizer que o prêmio JABUTI é na verdade do primeiro colocado; os demais ganham uma menção honrosa.
Para mim, esse prêmio significa o coroamento de uma decisão radical, de mudança de vida, de encarar o novo, de ir atrás do sonho. Se eu tinha alguma dúvida de que meu destino é mesmo ser escritora, ela se foi.
Esse prêmio é o carimbo no meu passaporte para o que vem por aí. Não importa se é segundo lugar e empatado. Podia até ser o terceiro lugar. Mas saber que, dentre centenas de títulos o meu livro está em segundo lugar, logo eu, que estou começando a carreira de escritora, enquanto há muitos escritores que perseguem esse quelônio a vida inteira sem nunca conseguirem ter um em suas mãos, é TUDO!!!!!!!!

Cheguei em casa no final da tarde e fui para o quarto. Liguei o computador, abri a caixa de e-mails e vi uma mensagem da Ota me parabenizando pelo segundo lugar. Não acreditei. Desci para o jantar e contei para o meu Host Father, para a Host Mother e para os colegas. Foi uma festa à inglesa. Ninguém gritou nem pulou. Me abraçaram, felizes, sorridentes e acham que eu sou a segunda escritora mais famosa no Brasil, depois do Paulo Coelho (eu juro que tentei demovê-los dessa ideia). Mr. Meaden (meu Host Father), abriu um champagne e fez uma reverência. Disse que a ocasião merecia uma comemoração especial. Comecei a chorar (grande novidade!). Ele me abraçou e disse: "Good Girl. Nunca deixe de ser uma boa moça. Não cresça nunca! E me mande um livro seu autografado. Daqui a 10 anos eu vou vendê-lo por uma fortuna!". Genuíno humor inglês.
Hoje foi um dia muito especial. Posso dizer que estou me sentindo, verdadeiramente, "larger than life!"

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Brighton

Este início de outono tem sido quente e ensolarado, o que os ingleses chamam de "indian summer" (o que no Brasil a gente chamaria de veranico). O pessoal anda de camiseta regata, bermuda, chinelo, enquanto eu estou sempre agasalhada, pois o vento é muito gelado, tanto de manhã quanto à noite.
No domingo, fomos agraciados com um sol fabuloso e um calor realmente de lascar. Fui para Brighton, uma cidade a 1 hora de Hastings, de trem. É tida como a cidade com a mentalidade mais aberta do Reino Unido, por conta de sua tolerância e receptividade. O fato é que Brighton tem um valor especial para mim, pois minha avó paterna viveu ali durante anos. Quando estive no museu da cidade e vi fotos do início do século XX, pensei: "Caramba, minha avó pode estar numa dessas fotos!". Voltarei lá mais vezes. A vida cultural é intensa, há muito o que ver e fazer. Muita gente tatuada, muitos músicos pela cidade, nas praças, muitos shows, muito tudo...
Passeando pelas ruas e vielas, vi um casaco maravilhoso numa vitrine. Entrei na loja e caprichei no inglês: "Olá, por favor, qual é o preço daquele casaco roxo da vitrine?"A vendedora olhou para mim com cara de quem não estava entendendo nada. Perguntei de novo, a voz mais baixa, mais insegura. A vendedora me acompanhou até a porta e me mostrou o problema: a vitrine (e o casaco) pertencia à loja ao lado. Ô vergonha! Proh pudor! Proh pudor! Saí da loja dando risada e aliviada: pelo menos ela havia entendido a pergunta.
Também fui ao píer, onde há um parque do tipo do Playcenter. Não resisti e fui "passear"no BOOSTER, um brinquedo que te gira rapidamente, te ergue a não sei quantos metros e despenca. É de tirar o fôlego. Achei que iria cair lá de cima. Nunca gritei tanto na minha vida! Um susto e tanto. Acho que vou de novo semana que vem!!!

sábado, 26 de setembro de 2009

O dia seguinte

Sexta-feira: mais uma despedida, mais uma turma que se vai. E... festa de despedida! Fui convocada para fazer nova leva de caipirinha. Dessa vez com limão, e não lima. Mas errei o açúcar (comprei açúcar de confeiteiro achando que era refinado. Não levo dicionário quando vou ao supermercado, oras!). Mesmo ssim, as caipiroskas ficaram sensacionais. Zoltan (o deus húngaro que, infelizmente, está de partida) disse que o Brasil e a caipiroska são "Heaven" e que eu sou "Perfect". Perfeito é você, "my gorgeous friend" (ao lado).
Os colombianos colocaram uma música do Gonzaguinha. Quando dei por mim, já estava dançando. Depois veio salsa, tecno, hip hop... Ray, o coreano mais elástico e engraçado que eu já conheci, colocou rock coreano, hip hop coreano e alguma coisa que mais parecia pagode coreano. Dá-lhe dançar. Cada um trazia seu iPOD e conectava no aparelho. Música de todo tipo, de todas as nacionalidades. E pra lubrificar as juntas: caipiroska! Resultado: ressaca... nos joelhos! Ai! Ui!

Canterbury 3

Todo turista que se preza gosta de tirar foto de tudo o que puder. Mas existe um certo tipo de turista que não se contenta em apenas fotografar. Ele quer fazer parte da coisa toda. Pois bem, vimos um sacerdote preparando um espaço reservado para o coro. Ele dispôs livretos de música sobre os bancos e saiu. Invadimos o lugar e começamos o ensaio. Foi uma pena ele não ter ouvido. Certamente teria nos colocado em posição de destaque: a da porta da rua!

Canterbury 2

Sabe o que acontece quando se mistura uma espanhola, uma brasileira, um japonês e uma francesa? Confusão/Diversão na certa! Élia e eu estamos no nível Upper Intermediate. Tadaiuki e Victoria no Begginers. Praticamente nos entendemos por mímica, mas nos entendemos. Com um certo talento para o palco, caras e bocas e muita expressão corporal, foi possível entabular a conversa mais divertida que já vi. Onomatopeias são imprescindíveis. E não é preciso falar alto, pois isso não ajuda na compreensão. Afinal, não ter domínio sobre o idioma não é sinônimo de surdez!

Canterbury 1

Fim de semana é sinônimo de passeio aqui. Seja para perto ou longe, os alunos se espalham pelo mundo. Hoje fui com os colegas da escola Élia, Tadaiuki e Victoria conhecer a famosa cidade medieval de Canterbury e a não menos famosa Catedral. A cidade é uma graça e a catedral é realmente um espetáculo. Não sou fã de igrejas, mas essa vale a pena. Visitamos também o museu de Canterbury, bastante interativo. Ao contrário dos museus tradicionais, esse deixa roupas e objetos à disposição do público. Você consegue ter uma noção diferente das coisas quando manuseia, sente o cheiro... Falando em cheiro, tem até uma amostra de um "poo poo" fossilizado, encontrado num fosso antigo, para que o visitante inale seu... perfume. Ah! Esses ingleses... Mas o museu é uma delícia. Passeio divertido e garantido. Dá só uma olhada no meu modelito século XVIII. Deve ter sido o grito da moda na época.

Mundo pequeno

Fui com os colegas de classe até o Centro de Informações Turísticas de Hastings para pegar flyers, folhetos e comprar bilhetes de trem com desconto (aqui, grupos de 4 pessoas têm desconto quando viajam juntas). Encostei no guichê e comecei a falar com o atendente pausadamente - para não cometer muitos erros. Fiz uma pergunta, ele respondeu, fiz outra pergunta, ele respondeu. Na terceira pergunta ele arregalou os olhos e disse, em alto e bom português: "Você é brasileira?" Fiquei tão atordoada que respondi: "Yes, I am!!!". Ele disse que pensou que eu fosse italiana. Respondi: "No, I am not! ". Gente, eu não conseguia falar em português com ele. Demorei uns segundos para acionar o botãozinho da língua pátria... Foi tão esquisito. E não é só isso (parece comercial da faca Guinsu, lembram?) O nome dele é Alessandro, mora na Inglaterra há 11 anos, veio de CURITIBA, o pai dele tem uma loja no Largo da Ordem (ao lado da Gepeto) e ele morava no Alto da XV. Ô, mundo pequeno!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O primeiro susto e a ajuda de alguns "anjos"

Fui sacar dinheiro no caixa automático, com meu cartão VTM. Terminada a operação, a máquina me agradeceu e disse para eu pegar o dinheiro... mas... cadê o dinheiro? Nem sinal. Apertei alguns botões, olhei embaixo, em cima, nada! Puxei o saldo. O dinheiro já havia sido descontado. Tentei nova operação, dessa vez sem descontar nenhum centavo, só para me certificar de que a máquina não liberaria o dinheiro para o próximo cliente. NADA! Comecei a tremer. E agora? Como sou uma pessoa "ungida", estava atrás de mim uma senhora que me disse: "Entre imediatamente no banco e conte a eles o que houve." Lá fui eu. A caixa, muito profissional, deu aquele "Sorry" costumeiro e disse que não podia fazer nada. Eu deveria contatar meu banco. Expliquei que o cartão VTM não pertence a um banco, mas sim a uma operadora de câmbio. Ela disse, novamente, que não podia fazer nada. Gente, me bateu um desespero tamanho que não deu pra segurar. Comecei a chorar na frente da espantada inglesa. Eu tremia tanto que ela saiu de trás do balcão e foi comigo até uma salinha. Pegou meu cartão e ligou para um dos números de emergência, em Portugal. Consegui falar com um atendente (Luis Costa, que anjo!) e fui orientada sobre o que fazer. "Vou lhe mandar um formulário por e-mail e a senhora deverá imprimir, preencher, assinar e me devolver por fax ou por e-mail, escaneado. Acalme-se pois seu dinheiro será estornado".
Passado o susto, veio a constatação de algumas coisas boas. Eu estava o tempo todo acompanhada por um dos estudantes da escola, que mora na mesma Homestay que eu, Tadaiuki. Ele não fala quase nada em inglês, mas me deu apoio o tempo todo, com aquela reverência e seriedade que só os japoneses têm. Na saída do banco, encontrei um colega de classe, Zoltan (o deus húngaro). Contei o que havia acontecido e ele imediatamente me perguntou: "Você precisa de dinheiro? Se precisar, eu tenho algum e posso te emprestar. Estou indo embora amanhã e não vou usar". Além de lindo, tão gentil e educado. Pena que está de partida. Minha vontade era dizer: "Não quero dinheiro, Zoli, só quero você por algumas horas!". Em casa, contei o ocorrido ao Host Father e pedi licença para usar o computador, a impressora e o fax. Ele imediatamente perguntou: "Precisa de algum dinheiro emprestado?" e me ajudou a imprimir, escanear e enviar o formulário. Pronto! Fui tomar um copo de água e encontrei Tadaiuki na cozinha. Ele olhou para mim e, como não conseguia achar as palavras em inglês, deu um sorriso, fez uma breve reverência, respirou fundo e me deu um tapinha no ombro. Esse gesto disse tudo. A solidariedade, realmente, não tem fronteiras.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Dançando conforme a música

Uma das minhas professoras, Vivian, nasceu na África do Sul, morou no Zimbábue, foi dançarina e coreógrafa antes de se aposentar e vir para Hastings. Quando ela soube que eu dançava num grupo de ATS (American Tribal Style), enlouqueceu. Disse que quer aprender e que eu vou ensinar. Mas eu nem sou profissional! OH! GOD, I'M TOTALLY FRIED!
Pois mesmo assim ela agendou uma aula extra, especial, na semana que vem, para que todos os alunos da escola apresentem danças típicas de seus países. Vou dançar ATS e samba. E colocar bolsa de gelo nos joelhos depois!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O significado de ser "larger than life"...

Tenho várias professoras aqui, mas uma delas é especial: Romana Miles. É uma mulher incrível, incansável, com uma mentalidade aberta, uma postura corretíssima, bom senso, bom humor, sabedoria, conhecimento, generosidade... enfim, tudo o que eu quero ser quando crescer. Depois das aulas da tarde, ela levou Minjin, eu e Élia para conhecermos a cidade de Rye (lê-se Rai), perto de Hastings. Passamos antes por Winchelsea, onde fiz questão de fotografar o cemitério ao lado da igreja, totalmente aberto, bem no meio da cidade, rodeado por casas centenárias. Durante o dia é inofensivo, mas fico imaginando se alguém tem coragem de cruzar o cemitério à noite, para cortar caminho... Ui!
Bem, voltando ao assunto, a cidade de Rye é linda, bem mais típica que Hastings, com adoráveis ruazinhas estreitas e dezenas de cafeterias, casas de chá e doçarias. Há um hotel de altíssimo padrão, o Mermaid, com um salão de chá que tem o sugestivo nome de "Queen's Room". Há, inclusive, uma cadeira que imita um trono (não, não é o trono do banheiro!) Paramos lá para um capuccino e ficamos falando, rindo, falando, rindo, falando, rindo. Saímos do salão real fazendo reverências para o bartender. Foi mesmo hilário.
Na volta para Hastings, essa senhora vira para mim e diz que sou "larger than life" (traduzindo literalmente: "maior que a vida"). Num primeiro momento, pensei que ela se referia ao meu tamanho (não sou nada miúda), mas ela continuou, dizendo que deixo uma impressão forte nas pessoas, sempre positiva, pra cima, que sou única, especial...
Olhei para ela sorrindo, emocionada, e pensei que maior que a vida são os sonhos que a gente sonha, alimenta e põe pra acontecer. Maior que a vida é o que sentimos, o que deixaremos para trás quando não estivermos mais por aqui. Maior que a vida são as pessoas que cruzam nosso caminho e nos ajudam a crescer, a nos tornarmos seres humanos melhores. Como ela! Se eu sou maior que a vida, a Romana, definitivamente, é bem maior do que eu!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Conversa de doido e massagem no ego

Fui convidada para uma reunião informal na casa de um colombiano que mora em Hastings. Isso significa: leve sua bebida e comida. Em dado momento, estavam na sala dois húngaros, duas checas, um mexicano, uma chinesa, uma alemã, um japonês, dois colombianos e uma brasileira. Cada um com um nível diferente de conversação, falando inglês como podia.
Depois de umas taças de vinho, os grupos conversavam cada um em sua língua. Acho que o mito da torre de Babel estava muito bem ilustrado ali.
Fiz caipiroska para o pessoal (com vodka) de um jeito improvisado, pois o limão daqui é bem diferente e só existe açúcar cristal nessa cidade. O pessoal adorou, principalmente os húngaros. Um dos colombianos disse que eu sou uma mulher perfeita e que além de tudo também sei fazer drinques. Um dos húngaros disse que eu não falo, eu canto, e o mexicano me pediu em namoro!!! O que uma caipiroska pode fazer...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Bath 3


Celina (México), Célia (Brasil) e Élia (Espanha). Triozinho latino da melhor qualidade.

Bath 2

Rio Avon

Bath 1


Cidade considerada a mais bela da Inglaterra, Bath é famosa pelas termas romanas, extremamente bem conservadas, além dos séculos de história. Tem o Jane Austin Center, onde é possível comprar as bolsas "I love Mr. Darcy" (Não se animem. Não é o ator Colin Firth, mas o personagem do livro, OK?) e tirar foto com o dito-cujo em pessoa (o personagem). Mas, se você preferir, pode comprar a caneca do Mr. Darcy (agora sim, o Colin Firth).

Stonehenge


Depois de tantos anos de espera, finalmente consegui ir a Stonehenge. É menor do que eu esperava, mas continua um mistério enorme...

domingo, 20 de setembro de 2009

Vai entender...

Sábado fui a um festival Fish and Wine. Cheguei com uma amiga, Sina, às 19h na Old Town. O festival havia acabado porque todo o estoque de peixe e vinho tinha sido consumido. Fomos, então a um Pub super simpático. Chegamos pouco depois de 19h, sentamos famintas, prontas para devorar um javali, mas a garçonete avisou que a cozinha estava fechada desde às 19h. Só estavam servindo bebidas... Não entendi nada!!! Saímos de lá e fomos comer o tal Fish and Chips. Acabei comendo Sausage and Chips, porção pequena, mesmo assim, o prato é bastante grande. Tomei Chope com soda limonada, uma delícia. Não sei se influenciada pela bebida, fiquei filosofando, enquanto observava as pessoas no Pub. Se não fosse a diferença da língua e um jeito diferente de se vestir e comportar, as cenas que vi poderiam estar ocorrendo no Brasil e em qualquer outro lugar: mocinhas e senhoras procurando um par. Mocinhos e senhores procurando um par, uma bebida e um cigarro. A vida noturna é muito parecida com a de outros lugares: a rapaziada vem pra azarar e beber. Se bem que, por aqui, acho que vem mais é pra beber mesmo!!!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ruídos na comunicação


Depois da aula, fui com Svetlana ao museu de Hastings e depois fomos caminhar pela Old Town. A pé. Com nosso inglês nada avançado, entabulamos uma conversa que deve ter sido mais ou menos assim:

Svetlana disse: "Vamos subir a colina de Hastings? Dizem que tem uma vista linda de lá. E há uma reserva em que se pode caminhar."
Célia entendeu: "Vamos subir até as ruínas do castelo de Hastings? Dizem que há cavernas por lá."
Resultado: centenas de degraus acima, meus joelhos estavam em frangalhos. Chegamos ao topo da colina e nada de ruínas. Em compensação, a vista era de tirar o fôlego. Não resisti e saí saltitando enquanto cantava "The sound of music", no melhor estilo Noviça rebelde. Ninguém entendeu nada. Já tenho fama de doidinha, sou "One of a kind", como diz a professora. Descemos as escadarias (nunca vi tantos degraus!). Eu, doida pra ir a um Pub, Svetlana doida pra ir pra casa. Ela foi e levou o mapa. Fiquei perdida na cidade. As lojas fecharam às 17h30 e eu não tinha o que fazer. Voltei pra minha Home Stay literalmente sem pés. Sábado vou para a Old Town novamente... de táxi!!!

Partidas e chegadas


O dia de hoje foi especialmente diferente. Romana (the teacher), nos deu uma tarefa: tínhamos uma hora para sair e entrevistar pessoas que encontrássemos na rua. O questionário era sobre gostos musicais. Formamos um grupo: Svetlana (Rússia), Onur (Turquia) e eu (Brasil). Levamos a tarefa muito a sério. Svetlana perseguiu um policial: literalmente, saiu correndo atrás dele pelas ruas, Onur foi atrás de um pastor apressado e eu persegui todas as velhinhas que encontrei saindo de supermercados. Foi hilário, mas nos rendeu momentos memoráveis.
Foi também o último dia de vários alunos do curso de verão, com despedidas e lágrimas.
Segunda-feira chegará um novo grupo de alunos. Assim é a vida. Uns vêm, outros vão.
Nessa semana em que convivi com essas pessoas, trocamos muitas coisas e, mesmo sem conseguirmos conversar com fluência, nos tornamos cúmplices, companheiros. Na verdade, nós nos irmanamos. Caramba, vou sentir muita falta dos meninos da Itália, da Svetlana, companheira de caminhadas (e corridas), do Onur que, apesar da pouca idade, é maduro e centrado, da Minjin, que tem o sorriso mais sincero que já vi. Eles não sabem o quanto impactaram minha vida, e o quanto vou levá-los comigo. Sei que algo de bom eles também irão levar de mim. See you later, my friends...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Turma multicultural

Agachadas (esquerda para a direita): Eu, Minjin (Coreia), Romana (The teacher), Kim (Coreia), Hélia (Espanha), Agnese (Itália). Segunda fileira (direita para a esquerda): Svetlana (Rússia), Lina (Colômbia), Mido (Arábia Saudita), Iacopo (Itália). Terceira fileira (esquerda para a direita): Nicolas (Itália), Alessandro (Itália), Alessio (Itália), Onur (Turquia), Faez (Arábia Saudita).

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Outro mundo... o mesmo mundo


Hoje fui andar pelas ruas da cidade, depois da aula e da chuva. Fui até a orla para ver o mar. A praia é de pedregulhos (não é de espantar por que os europeus AMAM o litoral brasileiro). Detalhe interessante: sou a única brasileira na escola, no momento. Não me senti estrangeira enquanto caminhava, mas na hora de conversar e entabular um diálogo sério me dei conta do quanto estou "longe" da maioria das pessoas daqui.

Queria falar muitas coisas, mas os substantivos sumiram, os adjetivos fugiram, os verbos perderam a ação. Sorri sem graça. Diante do meu embaraço, fui consolada por um gentil: "Don't worry! Go on.".

Estranho: somos seres que habitam o mesmo planeta, mas que vivem em diferentes culturas, falam línguas diferentes e no entanto estão vivendo momentos muito semelhantes. "That's amazing!"

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Viva a diversidade!

Cabe o mundo nessa escola. Há pessoas de todos os tipos, formas, tamanhos, idades... bem, as idades não são tão variadas, mas na hora de aprender isso é o que menos importa. Logo no primeiro dia, conheci e conversei com 5 italianos, 2 sul-coreanas, 1 árabe, 1 russa, 1 bielorussa, 1 espanhola, 1 alemã, 1 suíço, além dos professores ingleses e do staff da Embassy. Vi um grupo de africanos e outro de chineses, mas não chegamos a conversar. Os sotaques variam muito. As pronúncias algumas vezes são irreconhecíveis. Há momentos em que fica difícil entender o que dizem, então a saída é pedir: "Como se escreve isso?" E pronto!
Todos estão lá com o mesmo propósito: aprender Inglês (ou se aperfeiçoar). Conversar com quem sabe um pouco mais ajuda a evoluir. A cooperação é total. Lição/ação pra vida toda.

O início da aventura




Depois de 12 horas voando, fora os atrasos e as esperas em aeroportos, cheguei em Londres. Fui de transfer até Hastings. A estrada, em alguns trechos, parecia ter saído de um comercial de carro. Passamos por cidadezinhas históricas, com pubs e hospedarias centenárias na beira da estrada. Para encher os olhos e os sentidos. Hastings foi cenário de alguns filmes. As casas, o mar, as ruas, tudo parece realmente ter sido feito no PROJAC.
Fui recebida por gaivotas barulhentas, uma família inglesa adorável e outros estudantes (colombianos, japoneses, alemães...). O jantar foi servido às 17h30 em ponto. Legumes ao vapor, torta de queijo com legumes, milho verde, batata cozida e, de sobremesa, bolo inglês. O cheiro da comida é diferente. A textura dos legumes é outra. Até a batata, tão comum e universal, é diferente. É tudo meio mágico, meio irreal (acho que ainda estou com jet leg).
Para o pessoal daqui, o tempo está quente. Para mim, já está frio. O sol engana e o vento é muito gelado.
O mais interessante, para mim, é observar as pessoas. Tenho de ser discreta ou vão me confundir com alguma terrorista. Já pensou? Lembrei de um poema do Joaquim Cordeiro: "Meu universo é gente e de gente eu me alimento..." [Acho que vou engordar aqui...]

Por que fazer certas loucuras...

A decisão de dar um tempo na rotina, deixar de lado costumes, rituais, hábitos e outros quetais, abrir mão do conforto de casa, da segurança, de estar perto de familiares e amigos demanda certo desprendimento e coragem, mas o que se ganha com o que vem depois é incalculável!!!
Vim para o Reino Unido com o claro objetivo de melhorar e aperfeiçoar a leitura, a escrita, a pronúncia e a compreensão da língua inglesa. Mal cheguei no aeroporto, começou a imersão. Creio que foi a melhor coisa que fiz por mim em anos!!!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A caminho do Reino UNido

Depois de 20 e tantos anos de espera, chegou a hora de realizar um sonho antigo. E sonhos são teimosos... cutucam a gente até que façamos algo para torná-los realidade (ou arquivo morto!). Pois bem, Reino Unido, aí vou eu! Esse país nunca mais será o mesmo... nem eu!!!