quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Lá vou eu!

Quando criei este blog, em 2009, o objetivo era manter familiares e amigos a par de minhas aventuras no Reino Unido, onde passei uma temporada estudando.
O exercício de postar o que me acontecia, além de minhas reflexões sobre fatos, ações e comportamentos, fez o tempo passar mais rápido e me ajudou a lidar com a mudança. Graças ao blog consegui também denunciar o que não foi legal e provoquei mais mudanças...
Quando voltei ao Brasil, recebi e-mails solicitando que não parasse de escrever. E continuei, mas dessa vez escrevendo textos, pensamentos, pirações, revoltas, enfim, coisas do meu dia a dia.
Agora o blog voltará a exercer seu papel original: será veículo de registro de novas aventuras.
No início de fevereiro colocarei o pé na estrada de novo, dessa vez para a Holanda, onde ficarei por tempo ainda indeterminado (3, 4, 5, 6 meses...)
Não, não vou trabalhar no Distrito da Luz Vermelha (apesar de, segundo aquele motorista de táxi de Amsterdã, eu levar o maior jeito!). Também não vou trabalhar numa sex shop, nem administrarei uma casa de tolerância - se bem que eu podia fazer um bico e aprender algumas coisas novas... (rsrsrs)
Vou escrever uma coleção com uma amiga queridíssima. Creio que esse é, sem dúvida, um dos maiores desafios de minha carreira. E uma das maiores oportunidades de aprendizagem.
Por uma dessas "coincidências" que ocorrem na vida, reencontrei-a, certa noite, comendo cachorro-quente na rua. Fazia 6 anos que não nos víamos. Conversamos rapidamente e colocamos a vida em dia. Ela - morando fora do Brasil, casadíssima, lecionando inglês e português, traduzindo... Eu - trabalhando em casa, encarando a carreira de escritora, divorciada, publicando livros de literatura infantil e didáticos...
Perguntei se ela não queria escrever uma coleção para a editora pela qual estava lançando meus livros didáticos. Ela respondeu na lata: "Sim, mas você vai escrever comigo!" (Eeeeeeeeeeeu????)
Depois de muito, muito, muito hesitar, acabei aceitando. O convite veio com outro convite: passar uma temporada na casa dela, na Holanda, escrevendo a coleção.
Como diz meu amigo Zé Ricardo: "Por que não? Você não tem uma galinha pra alimentar!" (traduzindo: não tem nada que te prenda aqui!).
Bem... as malas estão prontas, a andarilha está mais acordada que nunca, o coração anda acelerado, o sono não vem, os olhos vazam, a cabeça dispara em alta velocidade, o sorriso não sai do rosto.
O medo bate, mas a vontade de fazer dar certo é muito maior que ele...
Lá vou eu!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Há mais coisas entre o céu e a terra...

Na quinta-feira, 10 setembro de 2009 - postei no blog:

"A caminho do Reino Unido

Depois de 20 e tantos anos de espera, chegou a hora de realizar um sonho antigo. E sonhos são teimosos... cutucam a gente até que façamos algo para torná-los realidade (ou arquivo morto!). Pois bem, Reino Unido, aí vou eu! Esse país nunca mais será o mesmo... nem eu!!!"
 
Seguiram-se outros 84 posts em 2009 sobre essa aventura de estudar na Inglaterra. E como rendeu frutos essa viagem! As pessoas que conheci ainda estão perto do meu coração e o aprendizado do idioma me abriu uma nova porta...
É uma história longa, que postarei em breve. O que posso adiantar no momento é que me abri a novas oportunidades e elas estão aparecendo.
A gente realmente movimenta a energia que nos cerca e faz as coisas acontecerem (para o bem e para o mal).
Como disse Shakespeare, na voz de Hamlet: "There are more things in heaven and earth, Horatio, than are dreamt of in our philosophy".

sábado, 8 de janeiro de 2011

Andarilha

Este conto acaba de sair do forno e reflete meu momento atual... Compartilho com vocês!
Bjs.

Um dia ela acordou inquieta. Tudo no quarto parecia diferente, estranho, propriedade alheia.
Estranhou a casa e os objetos.
Estranhou as pessoas que lá estavam, a comida, os cheiros...
Quando abriu a porta da rua, foi arrebatada e sentiu vontade de correr, voar.
Voltou para o quarto e jogou numa mochila apenas o que podia carregar.
Saiu porta afora levando consigo poucos pertences e muitas lembranças.
Caminhou sem rumo até atingir certa distância da vida que um dia teve.
Respirou fundo, olhou para trás - sem arrependimento - e caminhou rumo a uma vida sem planejamento, sem programação, que ela começava a construir naquele exato momento.
Um leme interno indicava o caminho.
Onde iria dar? Não sabia.
Uma certeza interna a fazia prosseguir.
O que era? Não fazia ideia.
Um medo dava forças para que continuasse: o de deixar de viver seus sonhos e ser uma morta-viva.
Continuou andando.

Ainda hoje é possível ver seus rastros espalhados por aí...
Copyright Célia Cris Silva