[Ai, que nó na garganta...]
"Não se viam há alguns anos. Em casa, a mãe não reconheceu o apartamento, girou pelo banheiro procurando pertences pessoais (que concluiu terem sido roubados) olhou para a filha e perguntou: "Qual é o seu nome?".
Pega de surpresa, a filha ficou um pouco aflita, sem saber o que fazer. Diante da confusão da mãe, entristeceu.
Não era mais filha, e sim uma estranha. A mãe que conhecia não era a mesma.
Então se deu conta de que tivera várias mães ao longo da vida. A que a gerou e deu à luz; a que a alimentou, criou e educou; a que a filha achava chata porque vivia empatando suas paqueras e liberdade; a que pegava no seu pé pra estudar e ter uma carreira; a mãe que cozinhava como ninguém; a que a ia buscar na escola e, na volta, mudava o caminho, pelo meio de um bosque, pra ter um gosto de aventura; a que a abraçava quando ela tinha medo; a que a consolava quando estava triste; a que contava histórias... Todas aquelas mães estavam ali, em algum lugar daquela encurvada e emagrecida senhora. A filha se deu conta de que amava cada uma delas de um jeito, e todas juntas de um jeito único. Como se um exército de mães de repente se condensasse um uma única pessoa, que mantinha viva a esperança de resgatá-las. Abraçou a mãe (na verdade, todas elas) pediu desculpas pela pouca paciência. Chorou. Respirou fundo... Sabia que teria, pela frente, "uma última mãe" por conhecer." (Copyright Célia Cris Silva, 2012)
Então se deu conta de que tivera várias mães ao longo da vida. A que a gerou e deu à luz; a que a alimentou, criou e educou; a que a filha achava chata porque vivia empatando suas paqueras e liberdade; a que pegava no seu pé pra estudar e ter uma carreira; a mãe que cozinhava como ninguém; a que a ia buscar na escola e, na volta, mudava o caminho, pelo meio de um bosque, pra ter um gosto de aventura; a que a abraçava quando ela tinha medo; a que a consolava quando estava triste; a que contava histórias... Todas aquelas mães estavam ali, em algum lugar daquela encurvada e emagrecida senhora. A filha se deu conta de que amava cada uma delas de um jeito, e todas juntas de um jeito único. Como se um exército de mães de repente se condensasse um uma única pessoa, que mantinha viva a esperança de resgatá-las. Abraçou a mãe (na verdade, todas elas) pediu desculpas pela pouca paciência. Chorou. Respirou fundo... Sabia que teria, pela frente, "uma última mãe" por conhecer." (Copyright Célia Cris Silva, 2012)
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