quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cansaço de gente I, II, III, IV...

Há dias, ou melhor, semanas, em que o universo parece conspirar para testar o nosso limite.
Uma sucessão de fatos, totalmente alheios à minha vontade e controle, está conseguindo me fazer perder a fé na humanidade.
[Pior, estou questionando minhas crenças a ponto de pensar em me tornar cética, ateia. Quem não acredita em nada sofre menos, pois não alimenta esperança alguma.]
Uma amiga me disse uma vez, baseada em Drummond, que queria ser um carro de bois, para em vez de esperança, ter rodas...
Nem adianta perguntar o que houve. Eu me nego terminantemente a dizer. Isso significaria reviver coisas que não quero reviver.
Quero esquecer.
Quero esquecer os hotentotes surdos - neandertais que ameaçam a integridade das pessoas - e seus defensores.
Quero esquecer as pseudo-educadoras e gestoras de uma certa DRE de uma certa cidade que não têm a menor noção do que seja ética e bom senso.
Quero esquecer as coordenadoras dessa DRE que me convidaram para participar de um congresso, insistiram mas na hora H mudaram de ideia, me tratando com descaso e me deixando em prejuízo financeiro e moral.
Quero esquecer os bandidos que usam a inteligência para aplicar golpes nos outros.
Quero esquecer amigos da onça que usam as pessoas em benefício próprio e não as socorrem quando elas precisam, pois eles estão cheios de problemas.
Quero esquecer as companhias aéreas que descaradamente roubam o dinheiro dos incautos e se escondem atrás de contratos leoninos, se esquivando de devolver o dinheiro.
Quero esquecer os responsáveis pela compra de livros de uma certa instituição, que demoram meses para efetivar os negócios e deixam o coração de escritores e editores na mão, e que depois cobram propina para agilizar as coisas.
Quero esquecer os jurados de algumas premiações, que não conseguem avaliar criteriosamente os livros (seja por incompetência, seja por falta de tempo, seja por pressão) e acabam prejudicando quem realmente merecia ser premiado.
Quero esquecer transtornos e doenças que transformam entes queridos em seres desconhecidos.
Quero esquecer gente de ego aumentado e de inteligência minúscula, gente medíocre, gente arrogante.
Quero esquecer...
Tô cansada dessa gente que não parece ser gente.
Cansada de tomar na cabeça.
Cansada demais...
Cansada.

sábado, 20 de novembro de 2010

Cansaço de gente

Está faltando bom senso a muitos representantes da raça humana. Muito mesmo!
E também falta autocrítica, ética, respeito para com os demais humanos e não humanos...
Hoje meu tom é pura revolta. Meu copo transbordou!
Trabalho em casa. Moro num bairro residencial, tranquilo, sem trânsito, ideal para uma escritora se inspirar e criar. Há alguns meses, porém, as coisas mudaram. Uma construção bem em frente ao meu prédio acabou com o sossego.
É o preço do progresso. E que preço!
Não bastasse o barulho da obra, os trabalhadores chegam cedo, alguns em seus carros, com os rádios e aparelhos de CD tocando em último volume suas músicas preferidas. Conversam, riem, cantam. Não há período de silêncio para eles.
Suportei alguns meses, até que um dia, não aguentando mais, fui conversar com o grupo de trabalhadores. Expliquei que trabalho em casa e que preciso de silêncio. Eles têm direito de ouvir as músicas deles, mas eu tenho o direito de trabalhar em paz. Pedi gentilmente que ouvissem as músicas mais baixo.
Os rapazes se desculparam e disseram que não fariam mais.
Mal entrei no prédio, ligaram os rádios no último volume, dando o recado deles para mim.
Eu tinha esperança de que a conversa fosse suficiente. Agora percebi que com essa gente não há diálogo possível. Estou mobilizando os moradores do prédio e um advogado para dar um fim a esse pesadelo.
E tudo porque um grupo de hotentotes não sabe viver em sociedade.
Homens das cavernas teletransportados ao presente não deveriam ficar soltos por aí. Para minha tristeza, atesto a cada dia que o período Neolítico não acabou.
Humpf!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Carnivale SteamPunk - a primeira fotonovela brasileira SteamPunk



Creio que foram as horas mais divertidas que passei. Tive a honra de participar dessa montagem. O texto e a produção da fotonovela são do Carlos, vulgo Capitão Escarlate.
Estou ansiosa pela próxima!!!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Uma estranha condição

Há dias em que a gente acorda... digamos... diferente. Num primeiro momento, tudo parece igual, mas algo dentro de nós está mudado. Se definitiva ou provisoriamente, só saberemos depois.
Não encaramos a xícara de café com os mesmos olhos, e o sagrado pãozinho com manteiga parece amargo, sem graça. O que antes causava certo divertimento agora aborrece.
Mas... o que houve? Fígado atacado? Ressaca? TPM (no caso feminino)? Indigestão? Depressão? Estresse? Hormônios em ebulição?
De tempos em tempos sofro de um tipo de condição que denomino "abertura de olhos". Passo a ver o que antes não via, por ingenuidade, negação, despreparo. E por um tempo o mundo assume outras cores, outros sabores, nem sempre agradáveis.
Como a natureza é sábia, nos dá um tempo para adaptação e nos conduz... até que um dia, finalmente, nos faz ver e sentir as coisas que antes eram diferentes como normais.
(Ou será que ela fecha nossos olhos de novo?)
Já tive os olhos abertos à força e com suavidade. Já fiquei no escuro, andei sem rumo, estive vendada - porque não dava conta de ver. Quando vi, tive de mudar. Mudei. Remudei. Trimudei.
Estou de novo passando por essa abertura de olhos. Vendo o que construí e colhendo o que plantei tempos atrás. O que deixei para trás está claro. O que vem pela frente ainda está oculto. E, por mais que eu tente, não consigo ver. Há tempos não sinto tanto medo e, ao mesmo tempo, tanta vontade de botar o pé na estrada e ir pra onde manda a vontade, mesmo no escuro.
Dessa vez aprendi que se meus olhos não conseguem enxergar, terei de desenvolver outras formas de ver...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Abismos II

Apesar do discurso pseudo-feminista de que finalmente temos uma mulher na presidência, sinto um gosto amargo na boca. Para mim, 56 milhões de brasileiros decidiram se atirar no abismo. O problema é que arrastaram com eles outros 44 milhões que não queriam ir...