Apesar de amar chocolate e comer sempre, acho uma forçação de barra o que é feito na Páscoa. Por mais que eu seja crítica, lúcida e ponderada, me vejo salivando embaixo daquele "céu" de ovos de chocolate que os supermercados montam anualmente. Sempre acabo sucumbindo e comprando um ovo (ou mais) para comer.
Não comemoro a Páscoa, mas como estudei em escola católica e trabalhei com judeus, conheço seu sentido original. E lamento que esse sentido seja sobrepujado por uma avalanche de comerciais que induzem a população a consumir, consumir, consumir ovos de chocolate.
O Pessach (passagem) marcou a saída do povo judeu do Egito. Quanta esperança aquelas pessoas carregavam dentro de si! A Páscoa católica tem origem no Pessach judeu e significa renovação, ressurgimento. Da dor da perda veio a esperança de que não há fim, mas uma renovação. Isso é Páscoa para mim. Confesso que presenteio as pessoas próximas com ovos e bombons, mas sempre anexo um cartão com votos de renovação. Gosto de dar doces e guloseimas para as pessoas, mas prefiro alimentar suas almas com palavras carinhosas e fortalecedoras. O chocolate até pode dar energia, liberar serotonina (ainda há controvérsia), mas não há chocolate que consiga balsamizar um coração magoado e ferido. Além do mais, palavras de ânimo não engordam, não dão espinha, podem ser consumidas por diabéticos, crianças, adultos, idosos... a qualquer hora do dia e da noite.
Que nessa Páscoa você possa se renovar (sentimentos, planos, amores...) e iniciar um processo de renovação de tudo o que quiser em sua vida. E, quando for comer o seu ovo de chocolate, aproveite para saborear cada bocado pensando em algo bom que você pode fazer por alguém que esteja precisando de um "momento doce".
Feliz Tudo!
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