Quando estive em Brighton, no Centro de Pesquisa Histórica, encontrei registros da estada de minha avó paterna na cidade, no início do século 20. Aquele lugar tem registros incríveis, de praticamente tudo o que ocorreu na cidade por séculos. Pois bem, fiquei amiga das bibliotecárias, principalmente da Shona, com quem me correspondo regularmente. Ela havia me enviado um e-mail contando que o Centro seria fechado por conta de uma revisão de verbas da prefeitura. Estava arrasada. Fiquei chateada também. O que eu poderia fazer? Mandei um e-mail contando a minha história com o Centro de Pesquisas. Muita gente fez a mesma coisa. E o que os burocratas não esperavam aconteceu: uma mobilização de mais de 1.200 pessoas - assinando uma petição - e mais de 700 cartas e e-mails, entre eles, o meu, explicando o quanto esse centro é importante para a vida do povo de Brighton, de outras cidades e de outros países! Resultado: o Centro não será mais fechado. Shona me escreveu felicíssima.
Numa época em que as urgências são incrivelmente sérias, como reconstruir cidades destruídas, alimentar pessoas que estão à míngua e salvar vidas em perigo, pode parecer besteira manter um centro de pesquisas. Mas não podemos esquecer que preservar a história de um povo, de muitos povos, ajuda na reconstrução da identidade, no resgate da memória, na compreensão de fatos e atos e na prospecção do futuro.
"Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho." (Rachel de Queiroz)
sábado, 16 de janeiro de 2010
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
A família Silva sofre uma baixa
No natal de 2009, faleceu Paulo Victor da Silva (o PV), irmão mais velho de meu pai. Meu tio. Também um herói nacional que pouquíssimos conheceram ou com quem tiveram o privilégio de conviver.
Esse tio tinha um título sugestivo: Brigadeiro. Eu era criança e achava o máximo ter um tio com nome de doce. E ele realmente foi um tio doce. Era discreto e educadíssimo. Convivi pouco com ele, mas as lembranças que tenho são as mais queridas. Eu só me dei conta da importância dele para o país quando recebi um convite para a inauguração de um memorial em sua homenagem, em São José dos Campos. Fui com meu pai e quase caí dura, diante de tanta pompa e circunstância. Havia uma gigantesca exposição, em um museu, sobre a vida dele e seus feitos na aeronática. Living and learning...
Tio, de uma coisa eu sei: agora que você está definitivamente no céu, eu vou poder usar com propriedade a expressão "Esse céu é um céu de brigadeiro".
Até um dia, PV.
Segue o link para acessar a página sobre ele na wiki do ITA:
http://www.aeitaonline.com.br/wiki/index.php?title=Paulo_Victor_da_Silva
Esse tio tinha um título sugestivo: Brigadeiro. Eu era criança e achava o máximo ter um tio com nome de doce. E ele realmente foi um tio doce. Era discreto e educadíssimo. Convivi pouco com ele, mas as lembranças que tenho são as mais queridas. Eu só me dei conta da importância dele para o país quando recebi um convite para a inauguração de um memorial em sua homenagem, em São José dos Campos. Fui com meu pai e quase caí dura, diante de tanta pompa e circunstância. Havia uma gigantesca exposição, em um museu, sobre a vida dele e seus feitos na aeronática. Living and learning...
Tio, de uma coisa eu sei: agora que você está definitivamente no céu, eu vou poder usar com propriedade a expressão "Esse céu é um céu de brigadeiro".
Até um dia, PV.
Segue o link para acessar a página sobre ele na wiki do ITA:
http://www.aeitaonline.com.br/wiki/index.php?title=Paulo_Victor_da_Silva
Ilha Grande pós-deslizamento (2)
O mergulhador Big Paul (irmão desta blogueira) escreveu uma mensagem de agradecimento a todos os que se envolveram na ação de ajuda aos necessitados de Ilha Grande. Ela foi postada no site Dive Net e ele me pediu que postasse aqui no blog. Faço com o maior prazer, pois vale a pena ler e saber que há anjos da guarda nesse mundo...
"Salve dive amigos...tudo certinho?
Os participantes da dive net deram um show de civilidade, cidadania e espírito de coletividade no inicio deste ano de 2010, que será lembrado por todos com muito carinho e orgulho.
Para mim, pessoalmente esta estória começa no final de novembro de 2009, quando os nossos planos familiares de passar o reveillon em Angra e região começaram a dar errado, pelos mais diversos motivos, simplesmente não conseguimos ir até lá.
Tentei por várias vezes fazer reservas para lá, incluindo a Pousada Sankay, e não conseguimos vaga.
Acabei dizendo a mim mesmo: “Acho que não é para sair de Sampa”, então programei um churrasco em casa na noite da virada, com a família e uns amigos.
Como sobrou muita carne, emendamos mais um churrasco no dia seguinte (01/01/2010), para acabar com o estoque da virada.
Quando os tios da minha esposa chegaram com a notícia do ocorrido em Angra e Ilha Grande, reinou um incomodo silêncio, eu e minha esposa trocamos olhares silenciosos e significativos por um longo momento.
Acompanhamos através da mídia eletrônica as notícias que chegavam de forma intensa e fomos compreendendo o tamanho da tragédia que se abateu sobre a região.
Como ajudar? O que poderíamos fazer? Começamos a separar roupas e mantimentos para enviar e nos perguntamos como, onde, quando e para quem?
Na dive-net as pessoas começavam a voltar às suas rotinas e as mensagens de boas festas, passaram a tratar do ocorrido na região de Angra. No dia 02/01/2010 li um e-mail do AKA, dando a idéia de nos movimentarmos como lista, oferecendo a casa dele no Rio para receber donativos e doações e nos instando a fazer o mesmo por aqui e no resto do país.
Abracei a idéia, que foi também abraçada pelo Paulo Amorim, coordenador da lista dive-net e pelo nosso colega Roberto Araújo da Conexão Mergulho, que colocou suas intalações para receber doações e a pick-up à disposição para levar até Angra as mesmas, além de informar do nosso movimento na mídia eletrônica.
Isso começa a se concretizar fisicamente no dia 03/10/2010, com ambos os endereços já recebendo as primeiras doações em mantimentos e roupas além de dinheiro que foi colocado diretamente na conta corrente do Paulo Amorim.
Neste mesmo dia recebo uma chamada do Marcio, do Luz do Dia, de que a rede Nextell, a única que funcionava ainda a contento, estava congestionada e dificultava até a ação da defesa civil que usava os radinhos para arregimentar e reunir os colaboradores, voluntários e sendo usada também pela maior parte dos policiais civis, militares, federais e até pelo corpo de bombeiros, para passar relatórios, solicitar ajuda, material e pessoal.
Contatado via celular, nosso colega Ricardo Coelho, que é consultor de informática na Nextell, conseguiu nos colocar em contato com as gerências de sistemas da citada operadora e as áreas atingidas, que então foram informadas às gerências, receberam a atenção necessária e puderam operar em capacidade máxima, o que se mantém até esta data e muito tem facilitado o trabalho das equipes envolvidas nos resgates e na distribuição de ajudas as mais diversas.
No dia 04/10/2010, começaram os contatos mais intensos para agilizar e focar nossos esforços naquilo que representava o assunto mais grave nas comunidades mais distantes de Ilha Grande, a falta de água potável, velas e fósforos, conforme os relatos do pessoal do Acaiá Dive Center iam chegando até nós.
Intensa troca de telefonemas entre os coordenadores, colocação de e-mails na lista, todos lendo, participando e o quadro foi se firmando e delineando uma ajuda intensa, imensa e rápida, para a grata surpresa de todos.
Foi nesta data que tivemos a confirmação da doação do frete de um caminhão até Angra. Que foi fechado um preço muito bom para as águas potáveis, foi quando soubemos que o pessoal do Rio de Janeiro havia conseguido 15.000 pastilhas de purificadores de água, além de mantimentos, roupas e outros utensílios, bem como um caminhão da Eletronuclear para levar o que fosse arrecadado lá para Angra.
Feito o pagamento no dia 05/01/2010, marcamos para a primeira hora do dia 06/01/2010 o carregamento e envio de tudo o que foi arrecadado, e as doações continuavam a chegar.
As 07:00 h o caminhão estava na fonte Sonja (pronuncia-se Sonia), e cinco pessoas carregaram 7.344 litros de água potável em garrafas de 510 ml, além disso uma quantidade grande de alimentos, velas, fósforos, lanternas, e mais de 550 peças de roupas, além de 5 colchões, foram embarcados.
Tivemos a ajuda direta do Roberto Araújo, que veio com a pick-up lotada de donativos recebidos e nos ajudou a carregar o caminhão que seguiu para Angra, com exatos 8.563 kg de ajuda, carinho, solidariedade, força, confiança, fé e união.
Uma pessoa me telefonou dois dias antes e deu uma caixa de mantimentos. Quando essa senhora chegou para a entrega ela olhou para mim, para a caixa e disse, isto é tão pouco, e abriu e fechou os braços por várias vezes como que se desculpando...
Olhei bem para ela e perguntei se as águas têm força quando represadas, e ela rapidamente respondeu que sim, então perguntei a ela do que é feita a água que está represada? Ela vacilou um pouco, não sabia bem o que responder então a ajudei a lembrar de que a água é composta por moléculas... pequenas moléculas de água H2O, apenas isso e que a união destas moléculas fazem uma represa.
O sorriso dela me encanta até hoje, como espero que encante a cada um de vocês.
Hoje me dei conta do trabalho realizado por todos do grupo, suas ações individuais, suas decisões, seus sentimentos que materializaram-se em 8.563 kg de ajuda humanitária.
No dia do carregamento do caminhão, eu acordei mais cedo do que de que costume e no silêncio da casa, fui correndo os meus olhos sobre os corpos ainda adormecidos de minha esposa, filhas, da cachorrinha, olhando todas as coisas que nos são familiares em seus lugares de sempre (incluindo a bagunça que a minha casa tem). Só pude agradecer por estarmos todos bem, com saúde e com a oportunidade de poder ser útil, um instrumento para canalizar uma vontade imensa de muitas pessoas (centenas e centenas delas), que abraçaram uma idéia, transformaram em um ideal e deixaram um recado maravilhoso a todos que receberam esse carinho e atenção na forma de materiais básicos.
A coordenação via Nextell, proporcionou um timing rápido e eficiente, para que tanto caminhão como o barco Luciana IV, se encontrassem no momento certo e tudo fosse passado a bordo de forma rápida e segura.
O apoio de todos lá em Angra, Thiago, Marcio, Bola, Verônica, Mica, Boneschi, enfim, tantos que nem o nome eu sei, mas que ajudaram a coroar essa operação de ajuda para que fosse um sucesso.
E reuniram-se os homens de boa vontade e fizeram o maná florescer de formas as mais variadas.
Em um Natal onde enterrei um tio querido, vi o sofrimento de muitos pela mídia em locais que sempre me trouxeram a possibilidade do recarregar as energias, toda essa operação trouxe muito cansaço físico e um pouco mental.
Trouxe também algo que eu não consegui sentir nos dias 24 e 25 /dez/2009, o espírito do Natal, que fala de solidariedade, fraternidade, paz, amor, alegria.
Estou aqui ainda pensando, quem será que foi ajudado neste evento? Tenho a certeza de que recebi muito mais de cada um de vocês, seus exemplos e atitudes do que o pouco que fiz.
Bem, fica aqui o meu agradecimento a todos da dive-net, aos que ouviram nossos apelos, e os meus desejos e votos de um 2010 com muita saúde, paz, sucesso e mais do que nunca... Águas claras e bons mergulhos...sempre.
Big Paul"
"Salve dive amigos...tudo certinho?
Os participantes da dive net deram um show de civilidade, cidadania e espírito de coletividade no inicio deste ano de 2010, que será lembrado por todos com muito carinho e orgulho.
Para mim, pessoalmente esta estória começa no final de novembro de 2009, quando os nossos planos familiares de passar o reveillon em Angra e região começaram a dar errado, pelos mais diversos motivos, simplesmente não conseguimos ir até lá.
Tentei por várias vezes fazer reservas para lá, incluindo a Pousada Sankay, e não conseguimos vaga.
Acabei dizendo a mim mesmo: “Acho que não é para sair de Sampa”, então programei um churrasco em casa na noite da virada, com a família e uns amigos.
Como sobrou muita carne, emendamos mais um churrasco no dia seguinte (01/01/2010), para acabar com o estoque da virada.
Quando os tios da minha esposa chegaram com a notícia do ocorrido em Angra e Ilha Grande, reinou um incomodo silêncio, eu e minha esposa trocamos olhares silenciosos e significativos por um longo momento.
Acompanhamos através da mídia eletrônica as notícias que chegavam de forma intensa e fomos compreendendo o tamanho da tragédia que se abateu sobre a região.
Como ajudar? O que poderíamos fazer? Começamos a separar roupas e mantimentos para enviar e nos perguntamos como, onde, quando e para quem?
Na dive-net as pessoas começavam a voltar às suas rotinas e as mensagens de boas festas, passaram a tratar do ocorrido na região de Angra. No dia 02/01/2010 li um e-mail do AKA, dando a idéia de nos movimentarmos como lista, oferecendo a casa dele no Rio para receber donativos e doações e nos instando a fazer o mesmo por aqui e no resto do país.
Abracei a idéia, que foi também abraçada pelo Paulo Amorim, coordenador da lista dive-net e pelo nosso colega Roberto Araújo da Conexão Mergulho, que colocou suas intalações para receber doações e a pick-up à disposição para levar até Angra as mesmas, além de informar do nosso movimento na mídia eletrônica.
Isso começa a se concretizar fisicamente no dia 03/10/2010, com ambos os endereços já recebendo as primeiras doações em mantimentos e roupas além de dinheiro que foi colocado diretamente na conta corrente do Paulo Amorim.
Neste mesmo dia recebo uma chamada do Marcio, do Luz do Dia, de que a rede Nextell, a única que funcionava ainda a contento, estava congestionada e dificultava até a ação da defesa civil que usava os radinhos para arregimentar e reunir os colaboradores, voluntários e sendo usada também pela maior parte dos policiais civis, militares, federais e até pelo corpo de bombeiros, para passar relatórios, solicitar ajuda, material e pessoal.
Contatado via celular, nosso colega Ricardo Coelho, que é consultor de informática na Nextell, conseguiu nos colocar em contato com as gerências de sistemas da citada operadora e as áreas atingidas, que então foram informadas às gerências, receberam a atenção necessária e puderam operar em capacidade máxima, o que se mantém até esta data e muito tem facilitado o trabalho das equipes envolvidas nos resgates e na distribuição de ajudas as mais diversas.
No dia 04/10/2010, começaram os contatos mais intensos para agilizar e focar nossos esforços naquilo que representava o assunto mais grave nas comunidades mais distantes de Ilha Grande, a falta de água potável, velas e fósforos, conforme os relatos do pessoal do Acaiá Dive Center iam chegando até nós.
Intensa troca de telefonemas entre os coordenadores, colocação de e-mails na lista, todos lendo, participando e o quadro foi se firmando e delineando uma ajuda intensa, imensa e rápida, para a grata surpresa de todos.
Foi nesta data que tivemos a confirmação da doação do frete de um caminhão até Angra. Que foi fechado um preço muito bom para as águas potáveis, foi quando soubemos que o pessoal do Rio de Janeiro havia conseguido 15.000 pastilhas de purificadores de água, além de mantimentos, roupas e outros utensílios, bem como um caminhão da Eletronuclear para levar o que fosse arrecadado lá para Angra.
Feito o pagamento no dia 05/01/2010, marcamos para a primeira hora do dia 06/01/2010 o carregamento e envio de tudo o que foi arrecadado, e as doações continuavam a chegar.
As 07:00 h o caminhão estava na fonte Sonja (pronuncia-se Sonia), e cinco pessoas carregaram 7.344 litros de água potável em garrafas de 510 ml, além disso uma quantidade grande de alimentos, velas, fósforos, lanternas, e mais de 550 peças de roupas, além de 5 colchões, foram embarcados.
Tivemos a ajuda direta do Roberto Araújo, que veio com a pick-up lotada de donativos recebidos e nos ajudou a carregar o caminhão que seguiu para Angra, com exatos 8.563 kg de ajuda, carinho, solidariedade, força, confiança, fé e união.
Uma pessoa me telefonou dois dias antes e deu uma caixa de mantimentos. Quando essa senhora chegou para a entrega ela olhou para mim, para a caixa e disse, isto é tão pouco, e abriu e fechou os braços por várias vezes como que se desculpando...
Olhei bem para ela e perguntei se as águas têm força quando represadas, e ela rapidamente respondeu que sim, então perguntei a ela do que é feita a água que está represada? Ela vacilou um pouco, não sabia bem o que responder então a ajudei a lembrar de que a água é composta por moléculas... pequenas moléculas de água H2O, apenas isso e que a união destas moléculas fazem uma represa.
O sorriso dela me encanta até hoje, como espero que encante a cada um de vocês.
Hoje me dei conta do trabalho realizado por todos do grupo, suas ações individuais, suas decisões, seus sentimentos que materializaram-se em 8.563 kg de ajuda humanitária.
No dia do carregamento do caminhão, eu acordei mais cedo do que de que costume e no silêncio da casa, fui correndo os meus olhos sobre os corpos ainda adormecidos de minha esposa, filhas, da cachorrinha, olhando todas as coisas que nos são familiares em seus lugares de sempre (incluindo a bagunça que a minha casa tem). Só pude agradecer por estarmos todos bem, com saúde e com a oportunidade de poder ser útil, um instrumento para canalizar uma vontade imensa de muitas pessoas (centenas e centenas delas), que abraçaram uma idéia, transformaram em um ideal e deixaram um recado maravilhoso a todos que receberam esse carinho e atenção na forma de materiais básicos.
A coordenação via Nextell, proporcionou um timing rápido e eficiente, para que tanto caminhão como o barco Luciana IV, se encontrassem no momento certo e tudo fosse passado a bordo de forma rápida e segura.
O apoio de todos lá em Angra, Thiago, Marcio, Bola, Verônica, Mica, Boneschi, enfim, tantos que nem o nome eu sei, mas que ajudaram a coroar essa operação de ajuda para que fosse um sucesso.
E reuniram-se os homens de boa vontade e fizeram o maná florescer de formas as mais variadas.
Em um Natal onde enterrei um tio querido, vi o sofrimento de muitos pela mídia em locais que sempre me trouxeram a possibilidade do recarregar as energias, toda essa operação trouxe muito cansaço físico e um pouco mental.
Trouxe também algo que eu não consegui sentir nos dias 24 e 25 /dez/2009, o espírito do Natal, que fala de solidariedade, fraternidade, paz, amor, alegria.
Estou aqui ainda pensando, quem será que foi ajudado neste evento? Tenho a certeza de que recebi muito mais de cada um de vocês, seus exemplos e atitudes do que o pouco que fiz.
Bem, fica aqui o meu agradecimento a todos da dive-net, aos que ouviram nossos apelos, e os meus desejos e votos de um 2010 com muita saúde, paz, sucesso e mais do que nunca... Águas claras e bons mergulhos...sempre.
Big Paul"
Ilha Grande pós-deslizamento (1)
Meu irmão, conhecido como Big Paul, coordenou uma ação de ajuda aos sobreviventes da Ilha Grande. Ele me enche de orgulho. Posto, aqui no meu blog o relato dele:
"Sabe, maninha acho que não te mantive a par do que acabei fazendo e participando em prol das vítimas. Vou colocar aqui um link para vc ter acessso ao que os participantes da lista de mergulho dive-net, a maior do país, fizeram em três dias sob a minha coordenação operacional: http://www.brasilmergulho.com/port/artigos/2010/002.shtml
Mana, lá vc verá inclusive as fotos físicas do que é transformar dor, mágoa, desesperança, perda, separação e sofrimento em força, esperança, carinho, amizade, união, amor e confiança(...) Recolhemos 8.563kg [de mantimentos e gêneros diversos] em três dias e fizemos chegar a quem precisava, no quarto dia, e soube em pvt que as pessoas que carregavam o barco choravam agradecendo a Deus pelos "anjos da guarda"...naquele dia teriam luz, calor comida, roupas secas e água potável... isso é o que as pessoas de boa vontade conseguiram fazer."
"Sabe, maninha acho que não te mantive a par do que acabei fazendo e participando em prol das vítimas. Vou colocar aqui um link para vc ter acessso ao que os participantes da lista de mergulho dive-net, a maior do país, fizeram em três dias sob a minha coordenação operacional: http://www.brasilmergulho.com/port/artigos/2010/002.shtml
Mana, lá vc verá inclusive as fotos físicas do que é transformar dor, mágoa, desesperança, perda, separação e sofrimento em força, esperança, carinho, amizade, união, amor e confiança(...) Recolhemos 8.563kg [de mantimentos e gêneros diversos] em três dias e fizemos chegar a quem precisava, no quarto dia, e soube em pvt que as pessoas que carregavam o barco choravam agradecendo a Deus pelos "anjos da guarda"...naquele dia teriam luz, calor comida, roupas secas e água potável... isso é o que as pessoas de boa vontade conseguiram fazer."
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
O valor do abraço
Recebi hoje um e-mail do amigo Clóvis e tenho de compartilhar com vocês. É sobre a teoria do abraço. Muito se fala sobre o abraço, há teorias e mais teorias sobre seu valor terapêutico, mas pouco se explica sobre o porquê de ele ser tão eficaz. Pois bem, lá vai um resumo dessa explicação:
O abraço é a maior das invenções humanas.
Não é um ato solitário nem egoísta. Todos os envolvidos no abraço aproveitam, nem que seja só um pouquinho...
Quando você está com saudade, um abraço te alivia.
Quando você está com raiva, um abraço pode te acalmar.
Quando você está feliz e abraça alguém essa pessoa recebe um pouco da sua alegria.
Quando alguém está doente e recebe um abraço, começa a melhorar (e quem dá o abraço também fica melhor).
Cientistas do mundo todo já tentaram explicar o valor do abraço.
O segredo dele está no coração.
Quando você abraça alguém, faz massagem no coração. No seu e no de quem é abraçado.
Mas o maior segredo de todos é esse aqui:
Quando você abraça alguém, fica com dois corações batendo no peito!!!
Um super abraço pra você!
O abraço é a maior das invenções humanas.
Não é um ato solitário nem egoísta. Todos os envolvidos no abraço aproveitam, nem que seja só um pouquinho...
Quando você está com saudade, um abraço te alivia.
Quando você está com raiva, um abraço pode te acalmar.
Quando você está feliz e abraça alguém essa pessoa recebe um pouco da sua alegria.
Quando alguém está doente e recebe um abraço, começa a melhorar (e quem dá o abraço também fica melhor).
Cientistas do mundo todo já tentaram explicar o valor do abraço.
O segredo dele está no coração.
Quando você abraça alguém, faz massagem no coração. No seu e no de quem é abraçado.
Mas o maior segredo de todos é esse aqui:
Quando você abraça alguém, fica com dois corações batendo no peito!!!
Um super abraço pra você!
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
Tristezas de ano-novo, de novo...
A vida se renova, a natureza se recicla. Alguns seres humanos desejam a eternidade, porém, quando a morte leva pessoas que amamos, gente jovem, conhecidos, sofremos um baque pela perda de todos os que se vão e pela forma brutal com que somos forçados a encarar a nossa própria mortalidade e a lembrança de que um dia seremos nós a partir.
Quem me conhece sabe que não tenho medo nenhum de morrer. Não desejo a eternidade. Mas tenho medo da forma como irei morrer. Isso me deixa incomodada: morrer em sofrimento agudo, com dor extrema, sozinha, sem socorro, em agonia... Como será? A cada dia, tragédias acontecem. Todos os anos, na virada do ano, alguém morre. De 2009 para 2010 foi um grupo de pessoas na Ilha Grande. Meu irmão deveria figurar entre os mortos, pois estaria exatamente naquela pousada, se tivesse conseguido reservar o pacote. Infelizmente, seus amigos não tiveram a mesma sorte. Que irônico: eles tiveram sorte em reservar com antecedência, mas tiveram azar em estar lá no momento do deslizamento. Meu irmão deu azar na reserva, mas teve uma sorte enorme em perder o pacote, pois graças a isso está vivo agora. Quando liguei para ele, feliz por ele não ter ido para lá, disse: "Que bom que você não foi pra Ilha Grande, mano". Ele respondeu com uma voz embargada: "É.. mas os meus amigos foram e agora estão todos enterrados lá, mana". Me deu um nó enorme na garganta. Do alto do meu egoísmo, nem pensei nas pessoas que morreram lá. E pensei na forma como morreram: soterrados, afogados, sem poder se defender, reagir, fugir... Caramba... Por que algumas mortes são tão doídas?
Quem me conhece sabe que não tenho medo nenhum de morrer. Não desejo a eternidade. Mas tenho medo da forma como irei morrer. Isso me deixa incomodada: morrer em sofrimento agudo, com dor extrema, sozinha, sem socorro, em agonia... Como será? A cada dia, tragédias acontecem. Todos os anos, na virada do ano, alguém morre. De 2009 para 2010 foi um grupo de pessoas na Ilha Grande. Meu irmão deveria figurar entre os mortos, pois estaria exatamente naquela pousada, se tivesse conseguido reservar o pacote. Infelizmente, seus amigos não tiveram a mesma sorte. Que irônico: eles tiveram sorte em reservar com antecedência, mas tiveram azar em estar lá no momento do deslizamento. Meu irmão deu azar na reserva, mas teve uma sorte enorme em perder o pacote, pois graças a isso está vivo agora. Quando liguei para ele, feliz por ele não ter ido para lá, disse: "Que bom que você não foi pra Ilha Grande, mano". Ele respondeu com uma voz embargada: "É.. mas os meus amigos foram e agora estão todos enterrados lá, mana". Me deu um nó enorme na garganta. Do alto do meu egoísmo, nem pensei nas pessoas que morreram lá. E pensei na forma como morreram: soterrados, afogados, sem poder se defender, reagir, fugir... Caramba... Por que algumas mortes são tão doídas?
Resoluções de ano-novo
Fui passar o ano-novo na casa de amigos-irmãos-adotivos, na praia. Foi uma delícia! [Na foto estou com o casal: Érica e Paulo.] É incrível como com a proximidade do ano-novo, vêm as famosas resoluções: ser mais assim, menos assado, emagrecer, fazer tal coisa... Achei que deveria mesmo fazer algumas coisas ao contrário, só pra quebrar a ordem. Já que tenho seguido a tradição ao longo de anos e não tenho tido êxito, decidi que fazendo do meu próprio jeito seria melhor. Não fui para a praia à meia-noite, não comi lentilha, não comi romã, usei vestido velho e não usei calcinha. Explico: coloquei um maiô por baixo do vestido e à meia-noite e vinte entrei no mar de roupa e tudo. Fiz jacaré em três ondonas [e parei por aí para não morrer afogada, pois o mar estava muito bravo e me deu um chega-pra-lá...] Foi diferente! O resultado saberei ao longo do ano, mas de imediato já tive um retorno interessante: um resfriado daqueles! Bem, isso pode ser um bom sinal, se olharmos da perspectiva da purificação e limpeza interna: estou colocando pra fora tudo o que não presta!!!
Acho que esse ano será o da faxina geral. Aproveitei a febre e a dor no corpo pra ficar em casa, repousar e fazer uma limpa nos armários. Dei um monte de roupas que não usava (curiosamente, as mais apertadas). É isso: em 2010 vou tirar da frente tudo o que não servir mais para mim, inclusive relacionamentos! Feliz ano-novo!
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