Quando estive em Brighton, no Centro de Pesquisa Histórica, encontrei registros da estada de minha avó paterna na cidade, no início do século 20. Aquele lugar tem registros incríveis, de praticamente tudo o que ocorreu na cidade por séculos. Pois bem, fiquei amiga das bibliotecárias, principalmente da Shona, com quem me correspondo regularmente. Ela havia me enviado um e-mail contando que o Centro seria fechado por conta de uma revisão de verbas da prefeitura. Estava arrasada. Fiquei chateada também. O que eu poderia fazer? Mandei um e-mail contando a minha história com o Centro de Pesquisas. Muita gente fez a mesma coisa. E o que os burocratas não esperavam aconteceu: uma mobilização de mais de 1.200 pessoas - assinando uma petição - e mais de 700 cartas e e-mails, entre eles, o meu, explicando o quanto esse centro é importante para a vida do povo de Brighton, de outras cidades e de outros países! Resultado: o Centro não será mais fechado. Shona me escreveu felicíssima.
Numa época em que as urgências são incrivelmente sérias, como reconstruir cidades destruídas, alimentar pessoas que estão à míngua e salvar vidas em perigo, pode parecer besteira manter um centro de pesquisas. Mas não podemos esquecer que preservar a história de um povo, de muitos povos, ajuda na reconstrução da identidade, no resgate da memória, na compreensão de fatos e atos e na prospecção do futuro.
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