quinta-feira, 22 de julho de 2010

Golpistas me dão nos nervos! - Parte 2

Pois é... Há algumas semanas alertei sobre o golpe do cartório e hoje alerto para outro tipo de golpe: O do acidente de trânsito.
Dessa vez a vítima foi meu pai. (Uma santa criatura que acredita nas pessoas.) Ele recebeu uma chamada a cobrar e atendeu. Do outro lado do telefone, um rapaz disse: "Tio?". A voz era muito parecida com a de um sobrinho. "Fulano?" perguntou papai (Aí o golpe estava garantido!). O rapaz falou que havia batido o carro e que o dono do outro veículo era um advogado. Como o sobrinho não tinha seguro, o advogado o levou até uma oficina e fez um orçamento. Disse que não o deixaria sair de lá até que ele levantasse o dinheiro para pagar o funileiro. O sobrinho, então, pediu: "Tio, o senhor me empresta parte do dinheiro? Preciso que o senhor deposite na conta do funileiro". Deu nome e uma conta de poupança. Meu pai, solícito e preocupado, nem questionou. Foi ao banco, sacou dinheiro e foi à Caixa Econômica fazer o depósito. Mais tarde, o sobrinho ligou novamente e falou com minha mãe. Ela, toda aflita, perguntou: "Você se machucou?" "Só um pouquinho, tia, levei dois pontos na boca e machuquei o joelho." "Passa aqui em casa pra eu ver como você está". E começou a chorar, penalizada pela situação do afilhado querido. O rapaz, percebendo que ela estava fragilizada, desferiu novo golpe: "Tia, preciso pagar o restante do dinheiro pro funileiro. A senhora pode me emprestar?" "Passa aqui em casa, meu filho". "Não posso sair daqui, tia, a senhora tem de ir ao banco fazer o depóstito." Aí uma luz acendeu na mente ainda lúcida de minha mãe. O afilhado sabe que ela tem problemas de locomoção e jamais pediria que ela fosse ao banco. A empregada alertou: "Isso tá com cheiro de golpe". Desconfiada, ela finalizou: "Ah, meu filho, liga mais tarde e fala com o seu tio. Eu não estou me sentindo bem. Tchau!"
Quando meu pai e minha mãe foram averiguar a veracidade dos fatos, já era tarde. O dinheiro já havia sido depositado. O verdadeiro sobrinho não estava nem em São Paulo e não houve acidente algum. O policial que fez o BO disse que as quadrilhas têm variado bastante os golpes e que é demorado encontrar os meliantes, mas que eles acabam sendo capturados. [Já o dinheiro e a confiança na raça humana... vai ser difícil recuperar...]

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