segunda-feira, 28 de março de 2011

Uma aventura "molhada"...

Coisas divertidas podem acontecer com quem se aventura pelo mundo e está aberto ao que o cosmo tem a oferecer. [OK, podem ocorrer coisas nada divertidas também, mas o impacto dessas coisas vai depender de como as encaramos, certo?]
Marta e eu passamos uma tarde batendo perna em Roterdã e, no final do dia, tínhamos uma longa viagem de ônibus de volta a BoZ. Lá pelas tantas, decidimos pegar o metrô e ir para a rodoviária.
Cansadas e com os pés doendo, resolvemos descer por um dos elevadores da estação Oostplein. A porta se abriu e entramos. Quando olhei para baixo, vi que o dito-cujo estava alagado. A porta se fechou e senti um cheiro forte de urina. Marta deu um grito: "Célia, não pise aí, é xixi!" Alguém havia urinado pra valer no elevador [ainda escreverei detalhadamente sobre os péssimos hábitos de higiene que vejo por aqui]. Mas era tarde, eu já estava literalmente mergulhada na poça de urina. Pra ajudar, o elevador descia "tão rápido quanto uma tartaruga sonolenta". Prendi a respiração e fiquei grudada na porta para poder sair de lá o mais rápido possível. Falei pra Marta: "Só falta essa p... de elevador pifar e a gente ficar presa aqui com esse mau cheiro". Pra quê! O elevador parou, a porta não abriu e a gente só via um paredão de concreto na frente (a porta era de vidro).
Dei um grito: "Marta! Eu e minha boca! E agora?" Virei-me para trás e vi Marta sem ar (também havia prendido a respiração), tão vermelha quanto a bandeira do partido comunista. Mas vi outra coisa que me fez ver uma luz no fim do tunel, ou melhor, do elevador: a saída do elevador era pelo lado oposto ao que entramos, portanto, era só termos virado de costas para evitar aqueles segundos de pânico. Apertamos o botão (algumas portas "automáticas" só se abrem quando um botão é pressionado) e saímos do elevador desesperadas por um ar respirável. Havia um senhor aguardando para entrar no elevador, que não deve ter entendido nada. Viu duas mulheres de costas para ele, gesticulando e desesperadas. Subitamente, uma delas se vira, aponta para ele (na verdade era para a saída) e as duas saem arfando. Antes de ele entrar, Marta alertou "Bad smell", mas ele nem deu bola. Não foi por falta de aviso! Andamos uns metros e caímos na gargalhada. Só a gente mesmo pra pagar esse mico, hein, Marta?

2 comentários:

  1. Quando falamos em brasileiros e o exterior, a primeira coisa que os próprios brasileiros dizem é que "os brasileiros são mau educados". Mentira. Não sou daqueles que conhecem o mundo inteiro, mas fiquei indignado ao ver que os ditos mau educados eram os únicos que não pisavam na grama enquanto Ingleses, Franceses, Italianos, Suiços, Suecos, Alemães, deitavam e rolavam no gramado de Piza. Outros então com banheiros quimicos quase destruidos em plena capital Francesa. Vejo então que Xixi em Roterdã é tão normal quanto cigarro nos bares e padarias de Portugal.
    Escreva Célia sobre a higiene e educação de outros povos, mas nossos micos, pode encobrir tá. Beijos = Clóvis

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  2. Escreverei, sim, Clóvis, pois é uma sujeira só. E não são os brasileiros que urinam e defecam pelas ruas... se bem que, aqui na Holanda, os brasileiros estão no topo da lista de arruaças, tráfico, homicídios e prostituição. Uma pena, realmente.

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