sábado, 20 de fevereiro de 2010

Desabafo

Nunca fui uma mulher de centrar a vida em relacionamentos amorosos. Na adolescência, não alimentava o sonho de me casar, mas acabei casando. Também não pensava que iria me divorciar, mas acabei me divorciando. E desde então minha vida amorosa tem sido uma montanha russa - com mais baixos que altos. O fato é que tenho observado o quão complicados os relacionamentos estão se tornando, ou melhor, a falta de relacionamentos. Mulheres reclamam que os homens não querem compromisso. Desaparecem depois do primeiro encontro. Ou do terceiro. Homens reclamam que as mulheres estão "impossíveis". Mandonas, exigentes, fálicas, competitivas... A imagem que me vem à cabeça é a de um cabo de guerra. Mulheres puxando os homens, que tentam fugir para o lado oposto.
O fenômeno é mundial. Conversando com mulheres de diferentes países e culturas, percebi que há um padrão comum. Brasileiras, japonesas, coreanas, inglesas, alemãs, espanholas, americanas, checas... todas se queixavam. Também tive a oportunidade de observar homens de diferentes nacionalidades em suas "caçadas". Cheguei a pensar em algum tipo de mutação do cromossomo Y que pudesse causar uma alteração comportamental. [Será?]
Minha teoria é a da mudança de arquétipos. Ainda vou escrever um livro sobre isso. Antigamente, os papeis sociais eram muito bem definidos: mulheres deveriam ser donzelas até se casarem. Depois viravam mães, depois avós. Cuidavam da casa e da família. Pronto. Os homens deveriam conquistar (ou salvar) as donzelas, casar com elas, constituir família e prover essa família até a morte. Durante a segunda guerra mundial, com os homens nos campos de batalha, as mulheres foram incentivadas a assumir seus postos nas frentes de trabalho. Ganharam independência financeira e descobriram que poderiam se realizar fazendo outras coisas na vida, além de serem rainhas do lar e mães. Quando os homens voltaram para casa, depois da guerra, encontraram mulheres transformadas. Mas não sabiam como lidar com elas. Talvez isso tenha originado esse "estranhamento" entre homens e mulheres. Os homens também mudaram, e creio que as coisas ainda estão confusas.
Tem mulher sobrando por aí, de todos os tipos, idades e formatos, um banquete para os olhos e os sentidos masculinos. E pra piorar as coisas vem a mídia, que bombardeia as mentes, já fragilizadas, com modelos de comportamento e padrões estéticos irreais e elitizados. Isso não ajuda nada!
Quem sofre com isso? A humanidade, mas principalmente as mulheres acima de 40 anos e com mais de 75 quilos. É injusto!
Conheço mulheres interessantíssimas, lindas, gente boa, estáveis, mas absolutamente sozinhas por conta desse "El niño afetivo" que assola o clima entre homens e mulheres.
É hora de criar um plano de emergência para esse "desabamento" nas relações.
Estou pensando em fundar uma ONG que faça um trabalho de retomada do arquétipo do príncipe guerreiro, pra dar uma valorizada na auto-estima masculina e de quebra ajude o mulherio a sair do limbo. Quem sabe assim as coisas melhorem. Pensei em chamá-la de "SUMS" - Salve Uma Mulher Solitária. Cada homem inscrito ganha um cavalo, uma espada e um manual de instruções. Hummmmm... Talvez o manual não seja bem aceito. Quem sabe um vídeo?
Aceito sugestões... e adesões.

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