quinta-feira, 27 de maio de 2010

Minha teoria sobre arquétipos e a guerra dos sexos

Tenho um amigo que é lindo. Parece até modelo de comercial de perfume. É verdade!
Pra melhorar as coisas, é querido, honesto e bom caráter, inteligente, meigo, compreensivo. Um verdadeiro anjo. [Ah! Se ele me desse bola...]
O fato é que estávamos tomando um café e eu disse o quanto ele está melhorando com a idade. Ele sorriu, timidamente, e respondeu: "Que é isso, Cé, eu não me acho tudo isso, não". Quase caí da cadeira, de susto!
Um outro amigo, um grandalhão boníssimo, rapaz simpático e de coração generoso, tem receio de se aproximar de uma garota porque acha que não é tão inteligente nem tão culto quanto ela. E um outro amigo, ainda, evitou se envolver com uma mulher porque achava que não daria conta dela na intimidade.
Sim, os homens também têm dessas coisas!
Minha teoria dos arquétipos cada vez se confirma mais e mais. As mulheres, antes campeãs de insegurança, agora dividem espaço com os homens. Por quê? Desde a Segunda Guerra Mundial, as mulheres foram incentivadas (pressionadas, motivadas...) a deixar suas casas e entrar no mercado de trabalho, ocupando um espaço deixado pelos homens que estavam nos campos de batalha. (Vejam só o cartaz em que Rosie, ícone feminino americano da época, posa para a campanha "We can do it!"). A roda da economia tinha de girar e o setor produtivo não podia parar. A mulherada foi à luta... e adorou! Passou a ganhar o próprio dinheiro (e quem tem o dinheiro tem autonomia... tem poder sobre suas escolhas!). Essa necessidade socioeconômica gerou uma mudança no padrão arquetípico feminino. Antes a mulher tinha papeis bem definidos: era donzela e virginal até se casar. Casada, assumia os cuidados do lar e da família. Virava "Grande Mãe". Se não fosse casada mas exercesse sua sexualidade livremente, era a "Devoradora".
Aos homens, cabiam basicamente dois papeis: Guerreiro (o conquistador) e Grande Pai (o provedor). Pois bem, quando os homens voltaram da guerra, encontraram Guerreiras e Provedoras no lugar das donzelas e das mamães. O papel que antes eles exerciam com exclusividade agora estava nas mãos das pessoas que eles deveriam proteger, possuir, cuidar...  O homem se torna inseguro de seu papel e de seu espaço (também de sua própria masculinidade) e vê-se aflorarem outros arquétipos masculinos, como o órfão e o andarilho, por exemplo. O perfil do órfão é o do homem que se sente atraído por mulheres fálicas,  "poderosas" e se apoia nelas emocional e financeiramente. O andarilho não quer compromisso com nada e ninguém. Adora não ter a responsabilidade de prover uma casa e uma família. (Há outros arquétipos, mas pra falar de tudo o que está envolvido, este blog viraria um livro!!!). Isso vem se potencializando ao longo das décadas, com a ascensão das mulheres no mercado de trabalho, a competição acirrada para manter um lugar ao sol e o poder (seja ele de que ordem for)...
Tenho ouvido mulheres de diferentes idades, classes sociais, nacionalidades, etnias e graus de instrução se queixarem da falta de homens. Não faltam homens. Falta, e muito, equilíbrio entre os arquétipos, equilíbrio nas relações. Falta equilíbrio nas relações porque as mulheres deram um salto enorme e muito rápido, movidas, incentivadas e amparadas pela mídia, pela sociedade, pela prórpia natureza humana, enquanto os homens não tiveram nenhum preparo, nem apoio e nenhuma ajuda para entenderem o que viria pela frente e o que veio depois. Chegou a hora de preparar o "homem do futuro" para que as próximas gerações sejam mais equilibradas, para que não haja tanta disputa e tanta insegurança.
Minha geração está espremida entre o pós-guerra e o futuro incerto. Infelizmente, sofremos com algumas consequências negativas da evolução sexual - que parece ter preparado apenas um lado da balança para mudar - o nosso! Com um crescimento desigual, acabamos arcando com mais responsabilidades, mais exigências, maiores demandas e menos companhia. Mulheres superpoderosas e... sozinhas!
Não defendo o retorno aos anos 40 e 50, com a mulher rainha do lar e submissa. Longe disso! Defendo uma tomada de consciência, diálogo franco e aberto, honestidade e transparência nas relações. [Competição selvagem não é saudável.] Há espaço para todos no mundo (natural, corporativo e social). É preciso achar o ponto de equilíbrio!!!
Sei que isso não resolverá décadas de desequilíbrio assim, num estalo. Mas já é um bom começo! Vamos erguer as mangas... com classe e delicadeza. Temos pulso forte, não punhos!

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