domingo, 2 de maio de 2010

Mudanças

Minha amiga Mercedes me mandou um e-mail, da Espanha, perguntando se estava tudo bem, devido ao meu silêncio no blog. Outra amiga me ligou perguntando por que eu não estava escrevendo. É que decidi pintar meu apartamento, revigorar a decoração [pintando e mudando alguns móveis de lugar] e fazer pequenos reparos no teto de gesso do banheiro - EU MESMA! Não sou profissional mas me viro muito bem. Comprei massa corrida, gesso, tintas, rolinhos, juntei jornais e me lancei na tarefa. Foram duas semanas de trabalho árduo e braçal. Terminava o dia de "artes" de madrugada, cansada e dolorida, e nem me lembrava de escrever. O resultado: paredes clarinhas, uma linda tatuagem na parede, um teto de banheiro meio barrigudo, ambientes e móveis revigorados e repintados, um torcicolo, uma dor aguda na cervical, uma lesão nas costas e uma dor irritante nos braços. O dinheiro que economizei com o pintor gastei com massagista e fisioterapeuta, consertando o estrago no corpo. Mas valeu a pena! E o gostinho de dizer: "Foi feito por mim..." não tem preço!
Continuo fazendo "artes", mas devagar e aos poucos.
É interessante como passamos por fases. Estou às vésperas do meu aniversário e decidi me presentear arrumando o meu cantinho, deixando-o mais aconchegante, mais organizado. Bachelar, em seu livro "A poética do espaço", fala como a casa é uma extensão de nós mesmos e como damos a ela a nossa cara, para torná-la nosso ninho, nosso refúgio. Coloquei uma nova energia em casa e renovei ambientes fazendo pequeninas mudanças. E assim também realizei mudanças em mim, mesmo sem perceber.
Costumo dizer: "Ainda bem que a gente muda e é lavável!". Mudanças nos obrigam a sair da zona de conforto e encarar o novo, o diferente. Sempre é possível mudar algo - em nós e fora de nós. Gandhi já dizia: "Seja você a mudança que você quer ver no mundo". Estou fazendo isso, mestre, estou fazendo...
A mudança não precisa ser radical, extrema. Às vezes dá pra ir um pouco por vez, sem machucar. Mas há vezes em que temos de acelerar para não sermos atropelados. Às vezes a mudança dói. Depois passa.
Cabe a nós decidirmos se viveremos lamentando a mudança, vivendo no passado, de costas para a porta das oportunidades ou se vamos abrir essa porta e ver o que está atrás.
Se o medo for muito grande e você não tiver coragem de abri-la, aqui vai uma dica: pelo menos destranque a porta...



2 comentários:

  1. Obrigada, mestra Betty!!! Repare que as tatuagens da parede são uma mistura da minha tatoo tribal da lombar e da tatoo de estrelas do meu braço. Só faltou o oroboro da nuca...

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