terça-feira, 5 de abril de 2011

Ingrid en Ik (Ingrid e eu)

Na Holanda, um dos meios de transporte mais populares é a bicicleta. Adoro ver as pessoas passeando - ou indo às compras, ao trabalho - pedalando. Já vi senhoras de seus 80 anos pedalando melhor que muito ciclista profissional...
As magrelas são bem mais numerosas em Amsterdã do que em BoZ, mas têm presença aqui.
João tinha uma bicicleta encostada na garagem. Perguntei se podia usar. Ele alertou: "Pode, mas ela está velha, sem uso há uns 4 anos. Deixe-me ajeitá-la para você". Dias depois, a bike estava pronta para uso. Olhei para ela e na hora me veio um nome à cabeça: INGRID. A bichinha estava batizada.
Saí pedalando pra me acostumar com os freios, os pedais, a altura... tudo. Afinal, fazia 2 anos que não me aventurava numa magrela! Marta me contou que João ficou preocupado e dizia: "Ai, Jesus, tomara que a menina não se aleije". Foi uma aventura e tanto!
Vou com Ingrid à escola, ao mercado, ao centro da cidade, ao sapateiro (falando em sapateiro, alguém aí se lembra daquela música do programa Vila Sésamo "O sapateiro mora muito perto de você, perto de você, perto de você... todo dia você vê!")...
Voltando ao assunto: Ingrid tirou o trauma que Hans deixou (vejam meus posts de 2009. Hans foi a bicicleta que aluguei para andar em Amsterdã).
Ela é uma "senhora" de certa idade, vivida, cansada de guerra. Vou com calma, com vagareza, respeitando seus anos parada. Ela perdoa meus gestos atrapalhados, minha falta de destreza e minha natural inclinação para quedas. (Consegui cair quando estava parada, acreditem! E bem na frente do prédio!).
Os vizinhos aqui da rua definitivamente devem me achar uma doida de pedra!
Dit is Ingrid (Esta é a Ingrid)

Chegando da escola (preciso aperfeiçoar a frenagem e a parada...)
Estacionando...
Quando esfria, é ruim aguentar o vento gelado no rosto quando a gente pedala. Mas quando está mais quente, é uma delícia pedalar por aí.

Lembrei-me de algo que esqueci de contar antes. Quando comentei na escola que a bicicleta que uso se chama Ingrid, a professora riu e me perguntou por que temos (não entendi exatamente se ela se referia aos brasileiros ou aos estrangeiros em geral) o costume de dar nomes às coisas. "Isso é coisa para crianças", arrematou... Ah! Se ela soubesse que algumas pessoas dão nomes até para as partes do corpo...

4 comentários:

  1. Que delicia andar de bike,pena q aqui não temos esse hábito,onde moro é super perigoso.
    bjos

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  2. Oi, Gi! Que delícia ver você aqui! É mesmo delicioso pedalar - quando há toda uma infra-estrutura pra te dar segurança! Um beijoooooooo

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  3. Prepare uma com três lugares. Porque três!!! Você na frente como cicerone, Lourdes no meio por não ter equilíbrio e eu (menos preparado) para fazer o empurrão.
    Beijos
    Clóvis

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  4. OK, Clóvis! Vou encomendar uma bike de 3 lugares, capacetes, cotoveleiras e joelheiras... Pelo jeito vamos ter de nos precaver das quedas. Já das risadas, não quero nem saber de me precaver...

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