domingo, 25 de outubro de 2009

Eu acredito é na rapaziada

Eu sou a aluna mais velha da escola. A arrasadora maioria tem entre 18 e 25 anos. Porém, como tenho a alma jovem, ninguém acredita nos meus 43 anos (Oh! God! I'm geting old!).
Tenho convivido com jovens de idades diferentes e distintas nacionalidades. Alguns são tão maduros que chego a me espantar, pois consigo entabular com eles papos extremamente cabeça. Claro que há os imaturos, mas esses ficam pouco tempo. Vêm para "festar". Outros vêm para estudar mesmo. Precisam ser aprovados no teste IELTS para poderem cursar o nível superior ou fazer um mestrado. Como estudantes, não poderiam trabalhar, mas sem trabalhar não conseguem pagar as contas. Os pais, geralmente, não têm condições de arcar com as despesas, ou negam ajuda para forçar os filhos a voltarem logo para casa. Mas o sonho dessa rapaziada é maior. Então eles se viram. Alberto (Colômbia), por exemplo, é um engenheiro eletrônico que faz bicos como lavador de pratos. Passa horas em pé para ganhar o suficiente apenas para pagar a comida. [É graças a ele que agora consigo utilizar meu computador]. Lina (Colômbia) trabalha à noite como garçonete. Quer adquirir fluência na língua inglesa para fazer o mestrado. Um dia, apareceu na aula com a mão enfaixada. Queimou feiamente os dedos na máquina de café expresso. Continuou trabalhando. Sina (Alemanha, na foto comigo) trabalha desde os 16 anos. Aos 18 saiu de casa para fazer faculdade de turismo, trabalhar e se manter. Tem 2 empregos, um na escola e outro no setor hoteleiro, para pagar pela hospedagem e os cursos que faz. Vai prestar exame no final do ano. O pai disse que ela não precisaria se sacrificar tanto, pois a família é dona de uma empresa de turismo que ela vai assumir, um dia. Mas ela quer se realizar como pessoa e profissional (aos 20 anos). Eu já cheguei a pensar em ficar mais tempo e arrumar uns bicos, mas não consigo me ver lavando pratos, servindo mesas e trabalhando na recepção de um hotel. Não sou melhor do que ninguém, apenas sinto que meu prazo de validade para certas experiências já expirou. Mas vejo como essa garotada dá duro para se manter e digo a eles que me orgulho de conhecê-los. É por causa deles que ainda acredito na juventude. Essa juventude empreendedora que pode melhorar o mundo. Eu ando cansada de certas coisas que vejo por aí, e confesso que desisti de encarar algumas brigas. Mas essa turma tem muito gás e muita vontade de vencer. Torço por eles, rezo por eles, me espelho neles. Como disse Geraldo Vandré: "Quem sabe faz a hora não espera acontecer..."

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